segunda-feira, 20 de junho de 2016

A Leptina

O Hormônio da Obesidade


Bom dia leitores e leitoras,

Certamente já ouviram expressões populares do tipo "Magro de ruim", "Pensamento de gordo", etc. Tudo isso trás à baila o fato de que a obesidade é um fator de risco para várias doenças fatais com altas taxas de morbidade e mortalidade, tais como, doenças cardíacas e hipertensão, que estão na lista da OMS entre as 10 maiores doenças de risco para a saúde global. 

Dentro desse contexto e, visando trazer luz aos amigos leitores, trazemos hoje a discussão sobre um peptídeo considerado o hormônio da obesidade...

Um breve entendimento se faz necessário....

 O que é e pra que serve a gordura corporal?

O tecido adiposo é a reserva de energia do corpo, fornecendo “combustível” para que o músculo possa contrair. É o que entende-se, em linguagem médica, por gasto energético. O principal interesse da comunidade médica é incentivar um aumento do gasto energético gerando maior “queima” dessa gordura. A conta é simples...: Maior gasto energético + menor ingestão de calorias = Maior perda ponderal.

"Existem medicamentos que aumentam o gasto energético?". Sim... mas com efeitos colaterais um tanto inconvenientes.

Disponínel na Amazon.com, mas não regulamentado pela ANVISA até o momento!

Atualmente, pesquisas tem procurado desenvolver um medicamento que seja bastante eficiente e seguro no aumento do gasto energético, mas que não atrapalhe os outros sistemas ou órgãos.

A distribuição das células de gordura (ADIPÓCITOS) se dá de maneira totalmente diferentes entre homens e mulheres:

          *Em mulheres, localiza-se no abdômen inferior, nas áreas laterais das coxas (culotes) e nos glúteos. Essa disposição, antropologicamente, tem como finalidade a proteção da região pélvica numa eventual gravidez! Um “colchão protetor” para o útero.

          *Em homens, quando excessiva, se acumula no abdômen.

Relativo aos tipos de adipócitos, Sabe-se que o tecido adiposo é intensamente povoado por células imunes chamadas de MACRÓFAGOS que produzem substâncias (citocinas) geradoras de processo inflamatório e são descritos em dois tipos:

          *Subcutânea - facilmente palpável e de menor risco cardiovascular, porém, no esquema de prioridade de "queima" é a última a ser utilizada;

       *Visceral - se encontra entre as alças intestinais, formando cordões de células adiposas. É fator de alto risco cardiovascular por compor-se de lipoproteínas que irão formar placas de gordura dentro das artérias (endotélio), principalmente as coronárias;

Baseados nesses conceitos, vamos entender

O QUE É A LEPTINA

Os adipócitos estão longe de serem células inertes! Elas produzem a LEPTINA, um hormônio peptídeo que sinaliza ao cérebro (especificamente a região do hipotálamo) quanto de gordura o corpo possui, desta forma o cérebro pode ajustar a ingesta alimentar e o metabolismo permitindo que o armazenamento de gordura seja mantido em certos níveis. Quanto maior a quantidade de gordura que a pessoa possui, maior será o nível de LEPTINA. Embora inicialmente os pesquisadores pensassem que a LEPTINA poderia ser utilizada para o tratamento da obesidade, eles rapidamente descobriram que a maioria dos obesos é resistente aos efeitos da LEPTINA. Tal resistência gera uma reação em cascata aumentando a resistência periférica a insulina! Daí a obesidade ser um fator de risco para a diabetes tipo 2; Em oposição a LEPTINA, a GRELINA que por sua vez "avisa" ao hipotálamo que precisamos nos alimentar! O desequilíbrio, por fatores diversos (principalmente a resistência central a LEPTINA e a resistência periférica a insulina), entre esses sistemas reguladores aparentemente antagônicos mas que funcionam sobretudo numa gangorra (quanto mais equilibrado melhor), gera o aparecimento das moléstias citadas acima. Observe nas figuras abaixo:


 

 Ausência ou inadequada sinalização de Leptina

                 Na ausência ou na sinalização inadequada de leptina (que ocorreria em situações como envelhecimento e obesidade) ocorre um aumento dos ácidos graxos circulantes. Alguns autores postulam que não ocorra resistência, e sim que seja atingida uma capacidade máxima de saturação ao mecanismo de controle da leptina, e que este hormônio tenha como papel mais importante os mecanismos que sinalizam deficiência energética, e não o controle da obesidade.


 Podemos regular as concentrações de Leptina?

              Existem evidências de que o zinco pode influenciar este hormônio. As concentrações de leptina diminuem em resposta a restrição de zinco e aumentam posteriormente a um período de suplementação.

 

 E o exercício físico? Como atuaria no processo?


O exercício físico trás uma série de alterações metabólicas ao organismo. De forma mais imediata, destaca-se o aumento do gasto calórico necessário para sua realização e a mobilização de substratos energéticos ("combustíveis") específicos. A posteriore, considerando a adaptação ao treinamento, destaca-se a modificação na composição corporal e a capacidade aumentada de armazenar carboidratos nos músculos esqueléticos. Todas essas modificações estão relacionadas a fatores como idade, sexo, grau de treinamento, além do tipo e da intensidade do exercício.
Importante ressaltar que o gasto energético encontra-se aumentado não somente durante a sua execução, mas também no período de recuperação. Além disso, o treinamento físico induz adaptações no organismo que permitem a mobilização maior de nutrientes específicos como ácidos graxos e glicose. A oxidação desses substratos energéticos para o exercício altera as concentrações de leptina. Por isso, a redução da concentração desse hormônio em decorrência do exercício pode ser devida a alterações da disponibilidade ou do fluxo de nutrientes nos adipócitos.
Modificações na composição corporal também estão relacionadas com as alterações na leptina.

A figura abaixo demonstra a importância do exercício na regulação de sistema LEPTINA/INSULINA/GRELINA





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