terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

CUIDANDO DA SAÚDE BUCAL DOS ATLETAS

Muito bom dia leitores e leitoras!

              Após longa ausência retornamos com um assunto ainda pouco discutido (frente ao que deveria ser) quando se trata de saúde do atleta.
              Nessa postagem tivemos a imprescindível colaboração da Dra. Valesca Cruz, Periodontista e Atleta Master da Equipe de Natação RioSport/Sequelados. Fera na profissão e dentro d´agua com recordes sul-americanos em provas individuais e coletivas, além de um Top10 FINA em 2016!
Dra. Valesca e seu paciente
Comemorando mais um recorde!


Consultório:

Estrada dos Três rios 1097 sala 310 Freguesia - Jacarepaguá

3437-3977
97603-3868





Cuidando da Saúde Bucal dos Atletas



Os cuidados com a saúde têm crescido nos últimos anos, principalmente no Brasil. Além de uma alimentação mais cuidadosa e balanceada, o brasileiro tem praticado cada vez mais atividades físicas.
Foi pensando neste novo público, e também em quem faz do esporte a sua profissão, que no ano de 2015 uma nova especialidade foi reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia: a Odontologia do Esporte, ou Odontologia Desportista.
O Cirurgião Dentista especialista nesta área irá atuar com o objetivo de melhorar ou manter o bom desempenho do atleta, desportista ou praticantes amadores por meio da manutenção, prevenção e do tratamento da saúde oral.
Mesmo antes do surgimento dessa nova especialidade, a Odontologia já estava atenta à relação entre a saúde oral e o desempenho dos atletas. Pesquisas realizadas em conjunto com a Educação Física apontam que distúrbios na saúde bucal podem diminuir em até 22% o rendimento do atleta. Além disso, o número de traumas bucais ocorridos durantes a prática esportiva supera o número de traumas na população geral. Esportes como mountain bike, motocross, skate, artes marciais, judô, jiu-jitsu e karatê, e esportes de quadra, como voleibol, handebol e futebol de salão, são os que mais apresentam riscos de fraturas dentais em razão do contato com outros jogadores e do impacto a que os atletas estão sujeitos.

Saúde Bucal x Impacto na Prática Esportiva

A odontologia é a ciência que cuida da manutenção de todo o sistema estomatognático, complexo que envolve face, pescoço, cavidade bucal, músculos, articulações, ossos, deglutição, mastigação, respiração, postura, posição dos maxilares e dos dentes. Uma vez que os esportistas exigem muito do seu físico, se qualquer uma dessas partes falhar e não estiver em equilíbrio com o restante, seu desempenho cairá. 
Por exemplo: a má oclusão, causadora de problemas de mastigação, pode prejudicar a absorção de nutrientes importantes, uma dor de dente pode prejudicar a concentração durante uma competição, uma respiração feita pela boca (respiração bucal) pode diminuir em 21% o rendimento físico do atleta se comparado a atletas que respiram pelo nariz e, finalmente, uma infecção bucal pode se espalhar na corrente sanguínea colocando o coração em risco.


Fatores de Risco

Existem diversos fatores que relacionam a odontologia com a saúde geral do atleta:

Os riscos, incluindo endocardite!

 • A presença de focos infecciosos na boca do atleta traz um prejuízo imenso na sua preparação e na recuperação de lesões musculares e articulares;
• Doenças periodontais (Tecido de suporte – gengiva e osso alveolar), que além de também serem focos infecciosos, contribuem para algumas doenças coronarianas, como a endocardite bacteriana;
• Alterações na posição dos elementos dentários que resulta em uma oclusão (encaixe dos dentes) inadequada, tendo como consequência uma alteração na respiração e na postura corporal do atleta. Existe uma placa otimizadora de desempenho que compensa esses distúrbios, resultando em um equilíbrio oclusal, relaxamento muscular e correção postural.
• O respirador bucal possui diversas características clinicas e comportamentais que influenciam diretamente no seu desempenho físico;
• O consumo de isotônicos deve ser realizado com moderação, caso isso não ocorra diversas alterações dentárias podem ocorrer prejudicando a saúde bucal do atleta;
• A ingestão de alimentos e suplementos realizados pelos atletas tem uma frequência maior quando comparado a uma pessoa “comum”, por isso devemos estar atentos a higiene bucal e realizar visitas mais frequentes ao cirurgião-dentista;
• A presença do terceiro molar, o siso, incluso na cavidade oral pode aumentar o risco de fraturas mandibulares nos esportes de contato. Quando mal posicionado ou em processo de erupção, o siso pode aumentar o risco de infecções bucais pelo déficit na higiene bucal, causando a pericoronarite.
         • As patologias ou disfunções da articulação temporomandibular (ATM), articulação da mandíbula com o crânio, são mais frequentes nos atletas por efetuarem um apertamento oclusal, força excessiva dos dentes superiores contra os dentes inferiores, nos momentos de explosão muscular e por estarem mais expostos a níveis de estresse.
         • Os traumas dentários e faciais são muito frequentes nos atletas. Dependendo do esporte esta incidência aumenta significativamente;
         • Os protetores bucais são dispositivos intraorais com a função de amortecer e dissipar as forças transmitidas pelo trauma. O protetor bucal ideal é confeccionado pelo cirurgião dentista.
Protetores bucais personalisados

Portanto…

         Entender que a saúde bucal está intimamente ligada à saúde geral e que um corpo saudável também significa saúde bucal em dia é fundamental para qualquer esportista.
         Afinal, seu corpo precisa estar em equilíbrio para que o seu desempenho não seja prejudicado. Não deixe para depois: cuide da sua saúde bucal com o mesmo afinco que pratica sua atividade física.

Bons treinos!



Bibliografia:
1. Odontologia Desportiva – Atendimento odontológico aos jogadores das seleções brasileiras de futebol –
Araújo, C.S.; Comark, E.F.; em http://www.odontologia.com.br (09/12/2004).
2. Odontologia Desportiva – Souza, E.R.; em http://www.acdssv.com.br (09/12/2004).
3. Odontologia Desportiva; em http://www.querosaude.net/noticias (09/12/2004).
4. Ocorrência de traumatismo dental e nível de esclarecimento e uso do protetor bucal em diferentes grupos de
esportistas – Ferrari, C.H.; Jr. Simi, J.; Medeiros, J. M. F. de; em http://www.odontologia.com.br (09/12/2004).
5. Odontologia Desportiva – para ter um sorriso campeão; Tassitani, C.;
em http://plasticaebeleza.terra.com.br/35/odontologia/desportiva.htm (09/12/2004).
6. Odontologia Desportiva em ação; Seixas; L.; em http://www.odontologia.com.br (09/12/2004).
7. Atletas que tratam os dentes têm maior desempenho esportivo (09/12/2004).
8. Odontologia desportiva e o desempenho dos atletas; Moura, A.P.F.;
em http://www.hospitalar.com/opiniao/ (09/12/2004).

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A Leptina

O Hormônio da Obesidade


Bom dia leitores e leitoras,

Certamente já ouviram expressões populares do tipo "Magro de ruim", "Pensamento de gordo", etc. Tudo isso trás à baila o fato de que a obesidade é um fator de risco para várias doenças fatais com altas taxas de morbidade e mortalidade, tais como, doenças cardíacas e hipertensão, que estão na lista da OMS entre as 10 maiores doenças de risco para a saúde global. 

Dentro desse contexto e, visando trazer luz aos amigos leitores, trazemos hoje a discussão sobre um peptídeo considerado o hormônio da obesidade...

Um breve entendimento se faz necessário....

 O que é e pra que serve a gordura corporal?

O tecido adiposo é a reserva de energia do corpo, fornecendo “combustível” para que o músculo possa contrair. É o que entende-se, em linguagem médica, por gasto energético. O principal interesse da comunidade médica é incentivar um aumento do gasto energético gerando maior “queima” dessa gordura. A conta é simples...: Maior gasto energético + menor ingestão de calorias = Maior perda ponderal.

"Existem medicamentos que aumentam o gasto energético?". Sim... mas com efeitos colaterais um tanto inconvenientes.

Disponínel na Amazon.com, mas não regulamentado pela ANVISA até o momento!

Atualmente, pesquisas tem procurado desenvolver um medicamento que seja bastante eficiente e seguro no aumento do gasto energético, mas que não atrapalhe os outros sistemas ou órgãos.

A distribuição das células de gordura (ADIPÓCITOS) se dá de maneira totalmente diferentes entre homens e mulheres:

          *Em mulheres, localiza-se no abdômen inferior, nas áreas laterais das coxas (culotes) e nos glúteos. Essa disposição, antropologicamente, tem como finalidade a proteção da região pélvica numa eventual gravidez! Um “colchão protetor” para o útero.

          *Em homens, quando excessiva, se acumula no abdômen.

Relativo aos tipos de adipócitos, Sabe-se que o tecido adiposo é intensamente povoado por células imunes chamadas de MACRÓFAGOS que produzem substâncias (citocinas) geradoras de processo inflamatório e são descritos em dois tipos:

          *Subcutânea - facilmente palpável e de menor risco cardiovascular, porém, no esquema de prioridade de "queima" é a última a ser utilizada;

       *Visceral - se encontra entre as alças intestinais, formando cordões de células adiposas. É fator de alto risco cardiovascular por compor-se de lipoproteínas que irão formar placas de gordura dentro das artérias (endotélio), principalmente as coronárias;

Baseados nesses conceitos, vamos entender

O QUE É A LEPTINA

Os adipócitos estão longe de serem células inertes! Elas produzem a LEPTINA, um hormônio peptídeo que sinaliza ao cérebro (especificamente a região do hipotálamo) quanto de gordura o corpo possui, desta forma o cérebro pode ajustar a ingesta alimentar e o metabolismo permitindo que o armazenamento de gordura seja mantido em certos níveis. Quanto maior a quantidade de gordura que a pessoa possui, maior será o nível de LEPTINA. Embora inicialmente os pesquisadores pensassem que a LEPTINA poderia ser utilizada para o tratamento da obesidade, eles rapidamente descobriram que a maioria dos obesos é resistente aos efeitos da LEPTINA. Tal resistência gera uma reação em cascata aumentando a resistência periférica a insulina! Daí a obesidade ser um fator de risco para a diabetes tipo 2; Em oposição a LEPTINA, a GRELINA que por sua vez "avisa" ao hipotálamo que precisamos nos alimentar! O desequilíbrio, por fatores diversos (principalmente a resistência central a LEPTINA e a resistência periférica a insulina), entre esses sistemas reguladores aparentemente antagônicos mas que funcionam sobretudo numa gangorra (quanto mais equilibrado melhor), gera o aparecimento das moléstias citadas acima. Observe nas figuras abaixo:


 

 Ausência ou inadequada sinalização de Leptina

                 Na ausência ou na sinalização inadequada de leptina (que ocorreria em situações como envelhecimento e obesidade) ocorre um aumento dos ácidos graxos circulantes. Alguns autores postulam que não ocorra resistência, e sim que seja atingida uma capacidade máxima de saturação ao mecanismo de controle da leptina, e que este hormônio tenha como papel mais importante os mecanismos que sinalizam deficiência energética, e não o controle da obesidade.


 Podemos regular as concentrações de Leptina?

              Existem evidências de que o zinco pode influenciar este hormônio. As concentrações de leptina diminuem em resposta a restrição de zinco e aumentam posteriormente a um período de suplementação.

 

 E o exercício físico? Como atuaria no processo?


O exercício físico trás uma série de alterações metabólicas ao organismo. De forma mais imediata, destaca-se o aumento do gasto calórico necessário para sua realização e a mobilização de substratos energéticos ("combustíveis") específicos. A posteriore, considerando a adaptação ao treinamento, destaca-se a modificação na composição corporal e a capacidade aumentada de armazenar carboidratos nos músculos esqueléticos. Todas essas modificações estão relacionadas a fatores como idade, sexo, grau de treinamento, além do tipo e da intensidade do exercício.
Importante ressaltar que o gasto energético encontra-se aumentado não somente durante a sua execução, mas também no período de recuperação. Além disso, o treinamento físico induz adaptações no organismo que permitem a mobilização maior de nutrientes específicos como ácidos graxos e glicose. A oxidação desses substratos energéticos para o exercício altera as concentrações de leptina. Por isso, a redução da concentração desse hormônio em decorrência do exercício pode ser devida a alterações da disponibilidade ou do fluxo de nutrientes nos adipócitos.
Modificações na composição corporal também estão relacionadas com as alterações na leptina.

A figura abaixo demonstra a importância do exercício na regulação de sistema LEPTINA/INSULINA/GRELINA





 Boa leitura e lembre-se: Não só coma a sua saúde! PENSE a sua saúde!! Mais informações carloseduardoseda@gmail.com

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